Após a primeira gestação, é comum que as pessoas acreditem que o segundo filho poderá vir no momento que desejarem. Porém, quando o intervalo entre as duas gestações é grande, muitas mulheres têm dificuldade para engravidar novamente. O problema é que, com o decorrer dos anos, alguns fatores podem interferir na fertilidade conjugal, gerando o que os médicos denominam de infertilidade secundária (a primária refere-se à mulher que nunca engravidou).
Selmo Geber, professor titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que a mulher pode ter essa dificuldade em voltar a engravidar por diferentes motivos. “A primeira e mais importante a ser considerada é a idade da mulher já que, a partir de 35 anos, há uma queda natural da fertilidade”, pontua. Ele acrescenta que pode ocorrer, ainda, o surgimento de miomas, pólipos e até aderências. “elas aparecem, em certos casos, como conseqüência de infecções ou cirurgias que porventura possam ter sido necessárias”, completa.
Dentre as causas masculinas, o especialista destaca a diminuição da concentração e da motilidade dos espermatozóides, além da menor porcentagem de células normais no sêmen, fenômenos ocasionados por alguma infecção secundária ou sem causas conhecidas. “Quando o casal está tentando o segundo filho há mais de um ano sem sucesso, é sinal que as investigações devem ser iniciadas”, afirma Geber.
O especialista acrescenta que o ponto de partida é o espermograma do marido. Depois, inicia-se uma seqüência de exames na mulher, até que seja detectada a causa. O raio-X das tubas uterinas mostra se as trompas estão livres e permeáveis. Já o ultrassom endovaginal aponta problemas uterinos, como miomas. E a histeroscopia (endoscopia do útero) é recomendada quando o ultrassom apresenta anormalidades. Por fim, o exame de sangue pode revelar alteração nas dosagens hormonais e nos níveis de glicose. “O tratamento será direcionado a partir dos resultados obtidos na investigação”, finaliza Geber.
Fonte: Hiper texto