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Má alimentação na infância pode causar alterações nutricionais

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Para muitos pais, a hora das refeições é uma guerra para as crianças alimentarem-se de forma adequada e saudável. Salgadinhos, doces, fast food e comidas industrializadas atiçam o paladar dos mais novos e colocam a saúde deles em risco, com excesso de sódio e gordura trans.

De acordo com o dr. Rubens Feferbaum, vice-presidente do Departamento Científico de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo, a base de bons hábitos alimentares são formadas ainda durante a gestação.

“O obstetra deve atentar-se para a alimentação da mulher. No pós-parto, sua alimentação ainda deve ser balanceada, a fim de passar os nutrientes necessários para o bebê durante a amamentação. A partir dos seis meses de idade, legumes, frutas e verduras devem ser apresentadas à criança, evitando ao máximo a introdução de alimentos ricos em açúcar e sal, como é a maioria dos industrializados”, afirma.

No entanto, a cultura do comer bem parte de toda a família e, assim, reflete aos mais novos. “É importante criar a tradição de fazer as refeições sentadas à mesa, nunca em frente à TV, computador e vídeo games. Além disso, o prato deve ter boa apresentação, ser atrativo e colorido”, completa o especialista.

Consequências

Os riscos são diversos e o pediatra destaca dois principais aspectos: excesso e déficit nutricional. No primeiro, existe ingestão em grande quantidade de hidratos de carbono, sal, proteína, açúcar e gordura. Já o segundo caso caracteriza-se pela carência de minerais e micronutrientes como cálcio, ferro, vitaminas, ácido fólico e fibras. “Tudo isso pode ser identificado em uma mesma criança e, por isso, muitas das quais recebemos no consultório apresentam sobrepeso e anemia”.

Quanto antes se inicia o hábito de alimentar-se mal, maiores as chances de desenvolver problemas que serão carregados para toda a vida. “Eleva-se consideravelmente o risco de ter síndrome metabólica, com diabetes, hipertensão, alterações no triglicérides e colesterol – tais quais podem surgir ainda nos primeiros anos de vida”, alerta Feferbaum.

Não é somente o desenvolvimento físico que sofre as consequências; o cognitivo também. Ferro e ácidos graxos de cadeia, por exemplo, longa são fundamentais para o crescimento do sistema nervoso central – este último, fundamental para o correto funcionamento da retina e do cérebro.

Acompanhamento médico

Para dr. Rubens, um dos principais fatores que acarretam nas alterações nutricionais é a ausência de profissionais especialistas. “Muitas famílias não são acompanhadas periodicamente por pediatras, com assistência baseada em prontos socorros. Desta forma, não obtêm informações sobre os perigos da má alimentação, acreditando que os danos são insignificantes. Somente alguém qualificado é capaz de investigar e diagnosticar a obesidade, desnutrição e anemia, por exemplo. O pediatra é quem pode oferecer recomendações específicas para cada criança”, conclui.

 

Fonte: Acontece Comunicação e Notícias