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Médico orienta sobre os cuidados com as grávidas no combate à febre amarela

mulher

O ideal é a gestante adiar a viagem para as regiões afetadas, diz o especialista em medicina fetal Paulo Alexandre Chinen; mas caso não seja possível ou ela more nesses locais, os riscos e benefícios da vacina devem se avaliados

 O surto de febre amarela silvestre em Minas Gerais traz uma preocupação maior para as mulheres grávidas. Apesar de ser transmitida também por picada de mosquito, diferentemente da zica, a febre amarela não tem relação clara com problemas de formação do feto. Mas a decisão de tomar a vacina deve ser avaliada no caso de mulheres que vão ou moram nas regiões afetadas. A imunização é o meio mais importante de combate à doença.

“O ideal é a gestante adiar a viagem para as áreas endêmicas para que não precise ser vacinada”, afirma o médico especialista em medicina fetal Paulo Alexandre Chinen, do RDO Diagnósticos Médicos. Como a vacina é produzida com o vírus vivo atenuado, pode causar reações como febre e mal-estar. “No caso de a viagem ser imprescindível ou de mulheres que moram nesses locais, deve ser avaliado o risco da imunização em relação ao benefício”, orienta o Dr. Chinen.

Segundo ele, a vacina não é algo que seja proscrito para as gestantes que estão em áreas de alto risco. As mulheres devem saber sobre os efeitos da imunização e fazer a escolha junto do seu obstetra. A febre amarela é grave e 20% das pessoas que a contraem têm a forma severa, com febre alta, icterícia e sangramentos, podendo levar à óbito.

Os principais cuidados com a gravidez

. Evitar ou adiar a viagem para as áreas de alto risco.

. Caso a gestante precise ir ou more em uma região afetada pelo surto, é preciso avaliar com o médico os riscos da vacina para ela e para o bebê.

. Mesmo com uma possível reação, já que a vacina é produzida com o vírus atenuado, pode ser muito pior ficar suscetível a pegar uma infecção com o vírus forte.

. Apesar de os trabalhos mostrarem que não existem riscos maiores para a formação do bebê, para quem está tentando engravidar e vai para as regiões endêmicas, a orientação é esperar um mês após a vacinação para tentar a concepção.

. É imprescindível usar repelentes, roupas como mangas longas e calças, para proteger os braços e pernas das picadas dos mosquitos. Além disso, é aconselhável manter as casas ou apartamentos com as portas e janelas fechadas ou com telas.

. Para os bebês, a vacina é indicada a partir dos seis meses de idade, quando a criança reside em uma área em que há morte de macacos com suspeita de febre amarela e na área em que há casos de febre amarela silvestre. Mas fora dessas situações, o calendário de vacinações indica a partir de nove meses de idade.

 

Fonte:  Dr. Paulo A. Chinen

Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia;

Título de Especialista em Medicina Fetal pela FEBRASGO e AMB;

Médico graduado pela Escola Paulista de Medicina (1994).

Mestrado (2004) e doutorado (2008) em Obstetrícia pela Universidade Federal de São Paulo.

Certificado de Habilitação em Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO e AMB.

Médico do setor de Medicina Fetal da UNIFESP.

Membro da equipe de Medicina Fetal do RDO Diagnósticos Médicos São Paulo (2010 – atual)