Sempre Materna

O cigarro pode adiar o sonho da maternidade

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O tabagismo é o inimigo número um da saúde feminina. Além dos malefícios físicos, ele também afeta o órgão mais importante na gestação humana: o útero. “A parte interna é muito prejudicada com o cigarro. Além disso, as mulheres que fumam entram na menopausa mais cedo, apresentam maiores riscos de vir a desenvolver câncer de colo de útero, e piores resultados em tratamentos de fertilização”, relata o especialista em reprodução humana Vinicius Medina Lopes.

Uma pesquisa realizada na Espanha, relacionada à fertilização in vitro, revelou que a taxa gestacional das pacientes não-fumantes é cerca de 50%, já nas tabagistas cai fortemente para 34%. Já foi publicado um estudo sobre o efeito do tabagismo em casais, onde o homem fumava e a mulher não. Foram mais de 500 acompanhamentos, por um ano, sem que as mulheres fizessem o uso de métodos contraceptivos. Após a realização de testes de gravidez, foram observados abortamentos precoces. A conclusão que se chegou foi que existe uma chance muito maior de uma mulher sofrer perda gestacional onde os maridos fumam 20 cigarros ou mais, por dia. Portanto, a extensão do prejuízo não é apenas à mulher e ao feto. “Esse é um efeito que pode prejudicar também os espermatozóides”, alerta Dr. Vinicius.

Na América Latina o tabagismo entre as mulheres tem aumentado, principalmente, nas mais jovens. Alguns estudiosos apontam a mudança no papel social (a entrada no mercado de trabalho, o estresse, a pressão por ser mãe, profissional e dona-de-casa ao mesmo tempo) como o fator responsável, pois a indústria do tabaco utiliza o cigarro associado ao símbolo de independência, que, por muitas vezes, influencia para o seu uso.

GESTAÇÃO – Mesmo com tantas ações sobre conscientização, ainda existem mulheres que fumam durante a gravidez. “Abortos espontâneos, mortes fetais e de recém-nascidos, sangramentos, nascimentos prematuros. Essas são algumas complicações que podem ocorrer na gestante tabagista, devido aos efeitos da nicotina e do monóxido de carbono. Ainda vale destacar os danos nas fumantes passivas, que absorvem as substâncias tóxicas da fumaça e através do sangue repassam para o feto, e as que fumam durante a amamentação, a nicotina também vai para o leite”, finaliza o médico.

ALGUMAS DICAS PARA RESPIRAR LIVREMENTE:

1)   Não fumar diminui o risco de diversos cânceres (pulmão, boca, faringe, laringe), doenças do coração, abortos espontâneos, derrame cerebral;

2)    Prepare-se fisicamente. Abandone o sedentarismo com caminhadas ou a pratique algum esporte;

3)    Mude sua alimentação. Opte por uma dieta balanceada com frutas, legumes, vegetais, verduras. Aos poucos, sentirá os alimentos muito mais cheirosos e saborosos. Evite também o consumo excessivo de álcool;

4)    Fuja dos “métodos milagrosos”. Solicitar apoio é normal, portanto não hesite em procurar orientação médica. Somente um especialista pode avaliar a necessidade da utilização de adesivos ou chicletes de nicotina;

5)  Os primeiros dias sem cigarros são os mais difíceis. Cada pessoa sente um desconforto diferente: irritação, dores de cabeça, ansiedade, mas não desanime e desfrute das recompensas!

Fonte: Instituto Verhum