As repercussões emocionais características da gestação não são exclusividade das mulheres. Tanto a maternidade quanto a paternidade podem ser compreendidas como fases do desenvolvimento psicológico dos indivíduos.
Como o processo de gestar, parir e amamentar é exclusividade da mãe, todas as atenções se voltam para ela, preparando somente a mulher para o exercício da maternidade.
Porém, com a gestação, surge também um novo personagem: o papai. Figura de extrema importância e co-autor dessa nova história, mas que muitas vezes não sabe qual é o seu lugar, nem tão pouco como desempenhar esse papel.
É de extrema importância que a futura mamãe inclua seu parceiro no processo da gestação, pois o homem, durante a gravidez, vivencia mudanças psicológicas, caracterizando um processo elaborativo e adaptativo que ajudará na construção da nova identidade e no desempenho de seu novo papel.
O futuro papai deve e pode participar da gestação de forma ativa e afetiva. Ele deve ser estimulado a participar das consultas pré-natais e dos exames de rotina. Os pais também têm dúvidas, curiosidades e expectativas…, eles também precisam ser ajudados para conseguirem construir seu novo papel de forma sadia e tranqüila.
Compartilhar as experiências da gestação aproxima afetivamente o casal e favorece a formação do vínculo afetivo entre pai e filho, que é também bastante importante para a constituição da identidade da criança.
O crescimento saudável de uma criança advém da segurança afetiva oferecida pelos pais. Daí a importância de o casal encontrar o seu modo particular de paternidade, maternidade, de relação afetiva e cuidado.
Hoje, a paternidade é entendida como algo maior que a participação biológica na gestação. O afeto está cada vez mais presente na construção desse papel e os fatores pessoais estão sendo cada vez mais valorizados.
A paternidade deve ser construída a partir de fatores internos como os valores pessoais, as referências afetivas e os aspectos de personalidade e de fatores externos, como os valores sócio-culturais e religiosos condizentes com cada família.
Existem muitos modelos de pai e nenhum é absolutamente certo ou totalmente errado, porém a literatura descreve os tipos mais comuns:
Pai participante: personalidade madura, bons recursos adaptativos, motivados com a gestação, compreendendo a gestação como projeto de vida do casal.
Pai possessivo: assume postura fiscalizadora e de cobrança da gestante. Questionador e inseguro. Personalidade machista.
Pai ausente: evita contato e envolvimento com a gestação. Tendem a buscar no excesso de trabalho a justificativa por sua ausência, mas na verdade precisam fugir do confronto com sua nova condição de vida. Denotam imaturidade emocional e despreparo diante da paternidade.
A literatura descreve também que muitos modelos de paternidade estão baseados em estereótipos, mas o ideal é que cada pai construa seu modo próprio de ser pai, respeitando as suas particularidades e os seus valores individuais, transformando a paternidade numa experiência única e envolvente.
Fonte: Sempre Materna
Imagem: Shutterstock
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