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O perigo da Febre Amarela

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A Febre Amarela é um problema de saúde pública e todos devem se prevenir

                Um novo possível surto de Febre Amarela em São Paulo tomou lugar nos noticiários da TV na última semana, com repercussão e fechamento de dois parques ecológicos na cidade de São Paulo: Horto Florestal e Parque da Cantareira. Estas medidas foram tomadas como prevenção após a confirmação de morte por febre amarela em macacos do tipo Bugio nos dois parques, o que pode colocar em risco a saúde de moradores e frequentadores dos locais, além de espalhar a doença de maneira exponencial. O Parque do Corrupira, em Jundiaí, também foi fechado por tempo indeterminado e já teve cerca de 40 casos confirmados de óbito de primatas pelo vírus, além da morte de um idoso confirmada pela doença, em Itatiba (SP), e outro caso ainda sendo investigado de um morador da região.

Só em São Paulo, até a data de 23 de outubro, já foram confirmadas cinco mortes de macacos pelo vírus e a preocupação das autoridades de saúde está na proliferação da doença por meio dos mosquitos silvestres Haemagogus e Sabethes, transmissores naturais. Devido à gravidade e eminência de surto, as Secretarias de Saúde e Meio Ambiente anunciaram uma campanha de vacinação que atingirá mais de um milhão de pessoas em bairros próximos aos locais que tiveram os animais infectados. Entre alguns estão: as unidades Básicas de Saúde dos bairros Hortolândia, Vila Rami, Novo Horizonte e Caxambu, abertas das 9h às 16h. E as unidades de Hortolândia, Tamoio, Caxambu, Vila Rami, Fazenda Grande e Agapeama, que atendem em horário estendido até as 20h. Nas próximas semanas também chegará nos bairros de Tremembé, Casa Verde e Vila Nova Cachoerinha, que são vizinhos ao Horto.

 

Tipos de Febre Amarela:

·         Febre amarela urbana – transmite o vírus flavivírus e é caracterizada pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue, Chicungunha e Zika Vírus. Desde 1942 não há registro deste tipo de doença no Brasil.

·         Febre amarela Silvestre – também transmite o vírus flavivírus, mas o mosquito se contamina originalmente com a primeira picada em primatas não-humanos (macacos) que vivem em florestas tropicais. Os vetores são as fêmeas dos mosquitos Haemagogus e o Sabethes, que vivem nas matas e na beira dos rios.

 

Transmissão:

Vale ressaltar que a transmissão da febre amarela não ocorre de pessoa para pessoa e sim quando um mosquito pica uma pessoa e ou um primata (macaco) infectado e depois pica outra pessoa saudável.

 

Vacina:

A vacina é a maneira mais segura de evitar o contágio do vírus da família dos Flavivírus, que atinge humanos e outros vertebrados, e é constituída da cepa 17D, com vírus vivos atenuados, que imunizam e protegem. Sua ação tem poder de proteção após dez dias de sua aplicação e está disponível na rede pública e particular para crianças a partir de seis meses de vida e adultos até 60 anos, com recomendação de renovação a cada dez anos.  Vale lembrar que não é recomendada para gestantes, mulheres amamentando, crianças antes dos 6 meses, pessoas imunodeprimidas, como pacientes com câncer, e idosos maiores de 60 anos (exceto com recomendação médica).

 

Sintomas e evolução da doença:

Os sintomas e a evolução da doença ocorre entre três a seis dias após a picada do mosquito infectado. Por se tratar de uma doença viral aguda, as pessoas infectadas, em geral, além dos sintomas clássicos como febre, mal-estar, vômito, diarreia e calafrios, podem apresentar icterícia (pele amarelada), perda de apetite, náuseas, dores de cabeça e dores musculares, principalmente nas costas, hemorragias, anúria (comprometimento dos rins), hepatite, coma hepático e problemas cardíacos que podem levar ao óbito.

 

Diagnóstico e tratamento:

Como a doença apresenta sintomas similares ao de outras, é ideal que seja feito um exame laboratorial para o diagnóstico correto. Em regiões com surtos, é importante recorrer ao posto médico ou hospital logo que os primeiros sintomas aparecerem para evitar epidemias ainda maiores. O tratamento requer atenção médica e suporte em hospital para que o quadro não evolua com gravidade. Embora não existam remédios específicos para aliviar e tratar os sintomas, nos casos graves é realizado diálise e transfusão de sangue. Vale dizer que é importante manter a hidratação e evitar o uso de antitérmicos com ácido acetilsalicílico.

 

Recomendações:

·         Aos menores sintomas da doença, procure um posto de saúde e relate ao médico as características manifestantes.

·         O uso de repelentes é indicado, desde que atenda a faixa etária e recomendações do médico – para crianças, fale sempre com o pediatra antes de aplicar para evitar alergias.

·       Mantenha a caderneta de vacinação em dia e vá ao posto de saúde se prevenir se você mora nas regiões indicadas.

·         A utilização de roupas com magas e pernas compridas ajudam a evitar picadas.

·      Evitar os locais com suspeita de mosquitos transmissores é importante para a própria saúde e de outras pessoas.

·         Mantenha os locais propícios ao acúmulo de água sempre limpos, livres de lixo, entulho e água.
Visite com periodicidade o pediatra e seu médico para avaliações corretas sobre a sua saúde.
Nunca, eu disse nunca, se autodiagnostique por meio dos buscadores de internet. Você, além de receber informações erradas, poderá causar pânico desnecessário para si e para outras pessoas. O correto é sempre buscar avaliações com profissionais médicos e em consultas presenciais.

 

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Fonte: Dra. Priscila Zanotti Stagliorio