Como os novos tempos permitiram que os pais passassem a ter uma participação ativa na vida doméstica.
Há anos atrás, muitos consideravam que o papel do homem na hora do nascimento dos seus filhos era na sala de espera, distribuindo charutos para seus amigos, enquanto sua mulher dava à luz. Mesmo anos depois, com os homens podendo entrar na sala do parto, não era incomum ter a noção de que a função do pai era a de prover dinheiro para o lar, deixando sua esposa com as responsabilidades domésticas.
Segundo Carla Ribeiro, psicóloga clínica e hospitalar voltada à saúde do homem, atualmente, os pais contemporâneos tem indicado uma mudança de postura dentro do lar. “Principalmente nos novos pais, com idades até 40 anos, é mais comum perceber uma grande participação na vida dos filhos e, também, uma maior separação das atividades domésticas, auxiliando sua parceira no dia a dia e dividindo o papel da educação dos seus filhos”, afirma.
Carla comenta que isso possui uma grande ligação com o fato de que as mulheres possuem maior independência financeira atualmente. “Há 40 anos atrás, uma boa parte das mulheres não possuía empregos ou, então, não eram ‘permitidas’ a trabalhar por seus maridos. Atualmente, mesmo que muitos casamentos ainda possuam uma diferença gritante nas relações de poder entre homem e mulher, as mulheres possuem uma liberdade maior, o que permite que os homens não sejam incumbidos apenas ajudar a pagar as contas, mas, também, de possuir uma participação mais ativa no lar”, explica.
A psicóloga lembra que, atualmente, não é raro ver homens auxiliando suas companheiras fazendo compras, cuidando da saúde dos filhos e do seu processo de crescimento, em geral. “Isso não só mostra como a sociedade está mudando, como, também, que a figura paterna passa a ter uma importância ainda maior na vida dos pequenos. O que antes poderia ser analisado como um pai distante que estava lá para pagar as contas e jogar algum jogo no final de semana, agora passa a buscar e levar na escola, ajudar na lição de casa, etc. Ou seja: funções que antes eram, prioritariamente, atribuídas às mães”, observa.
Ela finaliza, lembrando que, para ser um pai bom, é preciso ser presente na vida de seus filhos. “Desde a chegada do bebê até a formatura da faculdade, é sempre necessário que os pais ‘estejam ali’ para seus filhos, para os momentos bons e ruins”, conclui.
Fonte: Carla Ribeiro