Enquanto para as mamães trocar a fralda do bebê é algo rotineiro, para os papais pode ser grande evento. Parece engraçado, mas, na realidade, a inabilidade paterna, na maioria dos casos, é culpa da mamãe que não confia o pequeno nas desajeitadas mãos masculinas.
A doutora Ruth Gheler, psicóloga e membro do Centro de Estudos do Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano, da Universidade de São Paulo, explica que a união do sexo masculino com o feminino é necessária na reprodução, na gravidez e após a chegada do bebê.
Entretanto, ela ressalta que com o instinto materno excitado e o anseio de proteção ao recém-nascido, às próprias mamães tendem a bloquear essa interação. “Há mulheres que por insegurança apropriam-se de seus bebês sem deixar ninguém, nem mesmo o pai, se aproximar”, explica ela que ainda completa: “Essa concentração da “maternagem” pode excluir o companheiro da relação com a criança. Portanto, a maturidade emocional da mamãe é fundamental para reverter o quadro.”
Segundo a psicóloga, deslizes não devem deixar a mamãe preocupada e muito menos mobilizá-la a passar por cima e assumir o cuidado. “Pelo contrário, o incentivo feminino é fundamental, treinando nos aperfeiçoamos. No futuro, essas e outras cenas farão parte das boas histórias em família”, completa Ruth.
Para Gheler, a não cumplicidade entre o casal em relação aos cuidados com o RN deve dar lugar à parceria. “Recentemente, vários estudos sobre a psique humana comprovaram a importância da figura paterna desde os primeiros dias de vida. Em suma, pai e mãe têm importância singular para o bebê. A presença e o amor de ambos são essenciais para o crescimento saudável da criança, pois de todas as necessidades humanas, amor e segurança têm indiscutível prioridade na psicologia”, ressalta Ruth Gheler.
Atualmente, com as mulheres no mercado de trabalho, estamos assistindo a um número crescente de pais que compartilham com suas parceirs, desde o início, os cuidados com os filhos. É interessante observar que eles desempenham muito bem estas atividades e seu envolvimento resulta num “apaixonar-se e orgulhar-se pelo bebê”.
Dicas para ser um papai pró-ativo
Informe-se: com certeza sua mulher tem vários livros e revistas, como a Sempre Materna, falando de bebês. Sem timidez, devore essas informações.
Toque: os pais interagem com os filhos de maneiras diferentes das mães e isso é perfeitamente normal. O modo de brincar mais físico dos homens é um excelente complemento ao jeito mais delicado das mulheres. Mas, lembre-se que fazer carinho também é ótimo.
Tenha tempo: participar da vida do bebê não vai ser fácil se você nunca estiver por perto. Por isso, fique bastante tempo com ele quando volta do trabalho, à noite, e aos finais de semana.
Suporte às críticas: como já dissemos no texto, as mulheres costumam minimizar as chances de sucesso dos pais ao interferir quando eles estão tendo certa dificuldade de fechar a fralda ou fazem cara feia pela forma como dão o banho. Se sua parceira criticá-lo, não seja grosseiro, mas deixe claro que é capaz de lidar com a situação.
Pratique: não existe intuição especial que diga para as mulheres o que fazer com um recém-nascido, elas aprendem na prática, do mesmo modo que os homens. Coloque a mão na massa, troque fraldas (de xixi e de cocô também!) e dê banhos no bebê. Vai ser um pouco desajeitado no início, porém tenha certeza de que você pega o jeito.