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Papai grávido

Papai grávido

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Ele fica enjoado, sente dores, fica com quilinhos a mais e tem até desejos

A famosa frase “não basta ser pai, tem que participar”, tem sido levada a sério por grande parte da ala masculina. Tanto, que muitos homens apresentam os mesmos sintomas de gestantes. Enjoo, dor de cabeça, sonolência e os quilinhos a mais já não são exclusividade das futuras mamães. Estudo da empresa britânica Onepoll constatou que os maridos podem ganhar 5 centímetros de cintura e engordar até 6 quilos durante a gravidez das esposas. De acordo com a pesquisa, 41% dos entrevistados afirmaram ter adquirido o “peso extra” por causa nos novos hábitos alimentares da companheira.

 

Segundo a mestre em Psicologia Clínica, autora do livro “Nós Estamos Grávidos”, Maria Tereza Maldonado, a paternidade tem impacto emocional profundo. “Essas emoções  podem se refletir em sintomas físicos, principalmente naqueles que se sentem mais envolvidos com a gravidez.”

 

Síndrome de Couvade

 

A vivência nas sensações gestacionais é chamada de Síndrome de Couvade, palavra que significa incubar em francês. Esse fenômeno atinge entre 10% e 50% dos futuros pais, com maior incidência em países industrializados. “A maior porcentagem dos casos ocorre com casais que planejaram a gravidez ou que esperam o primeiro filho”, explica o obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz, Rodrigo De Léo Soares.

 

Pesquisadores revelaram que isso ocorre não somente pela ansiedade e estado emocional. Feromônios exalados pelo corpo feminino desencadeiam alterações hormonais nos parceiros. O resultado é ainda mais intenso entre a 16ª e a 24ª semana de gestação, quando há aumento de 20% nos níveis de prolactina, hormônio responsável pela produção de leite. “Mas não há motivo para preocupações. Os sintomas passam naturalmente depois do nascimento do bebê, não é preciso se medicar ou procurar ajuda psicológica”, comenta Maria Tereza.

 

Troca de experiências

 

Para que a situação não comece a atrapalhar o casal, é preciso constante diálogo. “Marido e mulher precisam conversar para superar medos e nervosismo sobre a responsabilidade de criar uma criança. É importante, desde o início, adotar visão madura sobre os fatos, saber que irão encontrar desafios e que a maternidade inclui dores e delícias.”

 

Igualmente eficaz é buscar informações: consultar amigos que tenham que filhos e saber como foi a experiência deles, participar de cursos e das consultas pré-natal. “Tudo isso para enfatizar não apenas o processo gestacional, mas o papel do pai como auxiliar, já que ele pode se sentir excluído neste momento em que todas as atenções se viram para as mamães”, finaliza Soares.

Fonte: Sempre Materna