Sempre Materna

Pós-parto: o organismo voltando à forma antiga

pós-parto

O puerpério (pós-parto) é o período no qual as modificações ocorridas no organismo materno durante a gestação irão retornar ao estado anterior. Esta fase começa imediatamente após a expulsão total da placenta e das membranas ovulares (a “bolsa” que continha o líquido amniótico) e pode durar muitos meses.

“A fase do puerpério precisa ser acompanhada pelo obstetra. Ele poderá identificar qualquer problema que esteja ocorrendo, esclarecer as dúvidas e decidir o período correto para iniciar a contracepção”, afirma o ginecologista e obstetra Paulo Augusto Amador Pereira.

Veja a seguir o que é esperado acontecer no pós-parto de acordo com o médico:

ÚTERO
Após a expulsão da placenta, o útero contrai muito e esse é um importante mecanismo para interromper o sangramento que ocorre quando a placenta se solta. Nesta fase, o útero contraído se encontra no nível da cicatriz umbilical.

Em situação normal, ele continuará a regredir e por volta do 12º dia pós-parto deverá estar nivelado com a sínfise púbica. Essa recuperação pode ser mais lenta em gestantes cujo útero sofreu uma grande distensão (por exemplo: gestação gemelar, feto muito grande, excesso de líquido amniótico), nas pacientes que não amamentam, nas pacientes submetidas à cesárea e se houver infecção uterina.

COLO DO ÚTERO
Nos casos de parto vaginal, o colo do útero estará fechado por volta do 5º dia pós-parto em primíparas (primeiro parto) e ao redor do 10º dia nas multíparas (mais do que um parto).

VAGINA
O retorno da lubrificação vaginal à normalidade é individual e habitualmente retardado nas mulheres que amamentam. Embora a rugosidade da mucosa retorne gradativamente, sua redução é evidente a cada parto.

ASSOALHO PÉLVICO
A musculatura costuma sofrer distensões e lacerações que podem ocasionar distopias genitais (quando um órgão pélvico não retorna ao seu local de origem, por exemplo, a popularmente conhecida ‘bexiga caída’). Essa ocorrência é evitada com exercícios pré e pós-natal desses grupos de músculos, e com adequada assistência obstétrica ao parto.

MENSTRUAÇÃO
O retorno do ciclo menstrual após o parto é variável, tendendo a ocorrer mais cedo nas mulheres que não amamentam (2º ou 3º mês) e mais tarde nas que amamentam exclusivamente. Algumas mulheres só voltam a menstruar depois do desmame completo.

FERTILIDADE
Logo após o parto, a mulher tem probabilidade menor de engravidar, principalmente aquelas que amamentam. Estima-se que o risco de engravidar nos primeiros 6 meses pós-parto seja de 70% para as que não amamentam e de 10% para as que a amamentação exclusivamente e que ainda não voltaram a menstruar (mas deve-se frisar que esta proteção elevada só é válida diante da associação “aleitamento exclusivo e ausência de menstruação”).

A proteção causada pela amamentação se explica pelo fato de que a prolactina, hormônio produzido pela hipófise e que estimula a produção de leite, quando está em níveis elevados é capaz de causar um “bloqueio” nos ovários dificultando a ovulação. Porém, mesmo com a manutenção da lactação, os níveis de prolactina tendem a se normalizar ao redor do sexto mês e com isso o risco de engravidar aumenta.