Sempre Materna

Psicólogo diz que é possível existir desavenças na relação entre irmãos

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O especialista afirma ainda que a chave de um bom relacionamento entre irmãos são os pais, que devem ficar atentos desde cedo para demonstrações de emoções dos filhos

 

Até mesmo o mais antigo documento escrito pelo homem, a Bíblia, revela uma triste história, comum até mesmo nos dias atuais, a briga entre irmãos. Segundo o livro, Caim matou Abel por inveja, ou seja, é realmente possível existir sentimentos negativos entre irmãos?

 

O psicólogo Alexandre Bez, especializado em relacionamento pela Universidade de Miami, na Flórida e ansiedade e síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia – UCLA, explica que é possível existir até ódio entre irmãos. Alerta que o primeiro sinal desse sentimento pode partir do ciúme, em uma primeira fase, podendo evoluir para inveja e chegar a uma situação extrema que é a antipatia.

 

O especialista completa ainda que a chave de uma bom relacionamento entre irmãos são os pais, eles devem ficar atentos ao comportamento dos filhos desde os três anos de idade, que é a fase em que a criança descobre que ela e a mãe não são a mesma pessoa. “É nessa fase de descoberta que o filho aprende a lidar com a frustração e saber que a mãe não é única e exclusivamente dele”, explica.

 

 

Até quando ciúme entre irmãos é considerado normal?

 

 

Conforme Bez, o relacionamento entre irmãos será sempre marcado pelo ciúme, que, aliás, é saudável em qualquer relação, mas até determinado estágio. “Os pais devem observar, em qualquer idade, se o ciúme e as brigas são apenas para chamar a atenção dos pais ou se ultrapassam limites, com agressão física e palavras ofensivas”.

Geralmente, as crianças e adolescentes disputam a atenção dos pais para chamar atenção. “Na fase infantil, essa situação é aceitável até certo limite. Os pais devem ficar tomar atitudes mais enérgicas quando a situação se torna perturbadora”, afirma.

Não há como saber quem briga mais, se os meninos ou as meninas, mas adianta que irmãos do mesmo sexo tendem a se entender melhor.

Ao contrário do que se imagina, irmãos gêmeos não armam disputas entre si, mas as comparações são inevitáveis. “A melhor maneira de lidar com a comparação é impor demarcações. O primeiro passo para aprender a enfrentar as comparações é não deixar a baixa auto-estima tomar conta de um dois irmãos”, diz o psicólogo.

 

 

 

Dicas para a família conviver em harmonia:

 

 

 

ü      Os pais devem estipular desde cedo que os filhos têm que respeitar o espaço dos irmãos, ou seja, aprenderem a dividir.

 

 

ü      Devem ficar atentos também na questão da preferência. O filho caçula e o primogênito não devem ser privilegiados pela família. Isso pode causar traumas irreversíveis de baixa auto-estima.

 

 

ü  Irmãos gêmeos devem ser criados como duas pessoas diferentes. A convivência facilita que os pais identifiquem dificuldades e pontos fortes em cada um e tentem descobrir maneiras em que os dois filhos possam se ajudar mutuamente.

 

 

Fonte: Alexandre Bez, psicólogo, especializado em relacionamento pela Universidade de Miami, na Flórida e ansiedade e síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia – UCLA