O coração é um músculo situado entre os pulmões, que exerce a função de bombear o sangue, através de vasos, para todo o corpo. A medicina define como cardiopatia a má-formação anatômica e a alteração funcional do sistema cardiocirculatório. Segundo o cardiologista pediátrico, dr. Celso Zlochevsky, da maternidade Pro Matre Paulista, batimentos do coração primitivo já se fazem presentes a partir do 28º dia de gestação. Porém, apenas por volta da 8º semana o feto apresenta o órgão formado.
Dr. Celso explica que a má-formação cardíaca congênita, aquela que se apresenta desde o nascimento, pode ocorrer por causas como anomalias cromossômicas, incluindo as síndromes genéticas, exposição materno-fetal a substâncias como álcool e anticonvulsi-vantes e doenças maternas, como o diabetes, infecções e colagenoses.
Como se sabe, o pré-natal é o meio mais eficiente para detectar anomalias que possam aparecer no bebê. A identificação intrauterina da cardiopatia pode ser feita através de ultra-sonografia fetal, especificamente utilizando-se o método da ecocardiografia fetal. “Quando há alteração podemos considerar diversas opções de conduta, desde o local apropriado para a realização do parto, até decisões quanto a terapia intrauterina, ou mesmo a interrupção da gravidez”, explica o médico.
O período entre a 22ª e a 26ª semanas de gestação é ideal para a futura mãe realizar o exame, pois, segundo o cardiologista, é nesta fase que se obtêm boas imagens do coração. Se realizado antes, o profissional examinará um órgão ainda muito pequeno e numa idade gestacional mais avançada a qualidade fica comprometida devido à sombra provocada pelas estruturas ósseas já bem desenvolvidas no feto.
Após o nascimento também é possível identificar a presença de problemas cardíacos no recém-nascido. Sopro, alteração do ritmo cardíaco, coloração arroxeada da pele e das mucosas (cianose), dificuldade respiratória, interrupção das mamadas e transpiração excessiva são indicadores de alteração cardiológica com necessidade de avaliação médica. “Há problemas que não requerem nenhum tipo de tratamento, pois podem não causar repercussão ou serem resolvidos espontaneamente”.
Apesar da seriedade do assunto, a boa notícia, segundo o dr. Celso Zlochevsky, é que felizmente, com a disponibilidade de medicamentos que atuam na esfera cardio-circulatória e o avanço das técnicas cirúrgicas, muito se pode oferecer às crianças que nascem com problemas cardíacos.