Definida como a elevação da temperatura do corpo acima do normal, geralmente causada por alguma infecção, a febre é um dos principais motivos de atendimentos em consultórios e pronto-socorros em pediatria no mundo. Mas, é importante destacar que a temperatura do corpo do bebê oscila naturalmente várias vezes ao dia e está relacionada às atividades, ao ambiente ou a quantidade de roupa que o pequeno usa no momento.
Segundo o pediatra e neonatologista Paulo Nerdy Telles, da equipe clínica do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, a febre nunca é a causa da doença, mas é considerada a resposta do organismo (defesa) a uma agressão. “Os motivos comuns são os processos infecciosos que podem ser de origem viral ou bacteriana, ou seja, o aumento da temperatura mostra que o organismo está trabalhando para combatê-lo. Mas, quando falamos em bebês, não podemos nos esquecer de outros vilões como a vacinação, a exposição demorada ao sol, a desidratação etc”, explica.
Antes de sair correndo em busca de ajuda médica, é importante observar a temperatura e, principalmente, se ela está associada a algum outro sintoma como choro inconsolável, inapetência (não mamar e não comer), pescoço rígido, apatia, respiração acelerada, dificuldade em acordar (corpinho mole), aumento da frequência cardíaca (palpitação) e convulsões.
É estado febril a temperatura acima de 37,4ºC e febre propriamente dita acima de 38 graus Celsius. Dr. Paulo recomenda que a medição seja feita em ambiente arejado e fresco, com a criança em posição confortável e pouca roupa. “Mantenha o termômetro por, pelo menos, três minutos no centro da axila, deixando os bracinhos fechados.”
Comprovada a alta temperatura vamos às dicas. Cuidado com os remédios! Siga as orientações do pediatra em relação ao antitérmico, que sempre devem ser administrados de acordo com o peso e idade da criança. Caso não haja melhora (temperatura acima de 39,5º C e ou mais de 72 horas na mesma situação) não hesite e procure ajuda médica. “A duração da febre vai depender da sua causa, podendo permanecer por períodos longos. Teoricamente, quanto mais difícil o controle, mesmo com medicação, mais preocupante será”, diz Telles.
Já com os recém-nascidos, nada de tentar amenizar, muito menos esperar, constatado o aumento da temperatura vá ao pediatra imediatamente.
A má notícia para papais e mamães é que a febre sempre vai deixá-los preocupados — especialmente as primeiras —, mas é importante lembrar que é um processo comum, que vai se repetir muitas vezes na vida da criança. Estejam preparadas para algumas noites em vigília.
Curiosidade
Até os 11 meses de idade, a temperatura normal do bebê é maior do que a do adulto. Mas, a partir de um ano de vida ela tende a alcançar níveis semelhantes aos nossos. A diferença já é notável após o sexto mês (0,5 ºC), acentua-se a partir do segundo ano, alcançando a diferença rença máxima após o 6º ano (0,9 – 1,1 ºC).