O processo de colocar o bebê para mamar com a ajuda de uma sonda tem nome: relactação. A técnica é usada quando a mãe não tem mais leite ou está produzindo quantidade insuficiente para suprir as necessidades da criança.
A volta da amamentação também é alternativa em caso de bebês prematuros que precisaram utilizar a complementação para voltarem a mamar na mama. No caso de mães adotivas, o procedimento é usado para estimular a mama dessa mãe para que ela comece a produzir o próprio leite para alimentar o filho adotivo.
“Também é usada para bebês que mamaram um tempo no peito, pararam de mamar por algum motivo e agora a mãe quer voltar a introduzir o bebê no peito”, explica o médico ginecologista e obstetra Domingos Mantelli Borges Filho.
Kits específicos para relactação
A relactação é aplicada com o auxílio de uma sonda. Segundo o médico, existem kits específicos que a mãe pode comprar para estimular a amamentação, onde o leite vem pela sonda, só que o bebê abocanha o mamilo e a sonda, então, ele vai sugar na mama, vai vir o leite da sonda e, consequentemente, estimular essa mama a produzir mais leite.
Segundo o ginecologista, normalmente, os resultados são obtidos a partir de duas a três semanas do início da aplicação da técnica. Ele garante que todas as mulheres podem, sim, se submeter a esse procedimento, desde que seja liberado pelo obstetra e pelo pediatra.
Além disso, também não pode haver nenhuma contraindicação, por exemplo, uma deformidade na mama que não permita amamentar. “Caso contrário, se foi uma gestação normal e a mama da mulher é normal, qualquer mulher pode se submeter à relactação”, diz.
Relactação ainda é pouco difundida no Brasil
Segundo Mantelli, que é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA) e pós-graduado em residência médica nas áreas de ginecologia e obstetrícia pela mesma instituição, a relactação não é tão largamente utilizada no Brasil, às vezes até por falta de conhecimento.
“Mas é uma técnica que, se de conhecimento do obstetra e pediatra, pode ser utilizada sim, sem nenhum problema. Deveria ser mais difundida no País”, considera o obstetra que também possui pós-graduação em medicina legal e perícias médicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
E essa falta de conhecimento, conforme Mantelli, é mais entre as próprias mulheres, mas também não são todos os profissionais que a conhecem ou a indicam, apesar dos resultados positivos.
Conforme um estudo publicado em 2014 no periódico Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, essa técnica de amamentação é importante e deveria ser mais incentivada em locais que prestam atenção à saúde das crianças. Afinal, o leite materno ajuda a manter a saúde do bebê e previne o aparecimento de diversas doenças, além de aumentar o vínculo entre mãe e filho.
Por fim, o médico obstetra destaca um ponto que merece atenção: “É importante que nesse período de relactação não seja dadamamadeira ao bebê. A mãe, aos poucos, conforme a produção de leite vai aumentando, vai diminuindo a quantidade de leite que sai pela sonda”.
Fonte: Doutíssima – Dr. Domingos Mantelli – Contato Comunicação