- Estrabismo pode compremeter o desenvolvimento da visão desde a primeira infância
- Baixo rendimento escolar pode estar relacionado à miopia
Por meio das suas diversas estruturas, os olhos são responsáveis pelo processo de percepção de cerca de 80% das informações que chegam ao cérebro. Explicando de maneira simplificada, eles captam a luz emanada por objetos a nossa volta e a transformam em impulsos elétricos na retina, que serão transmitidos ao cérebro para serem interpretados como estímulo visual.
Especialmente durante a infância, os olhos merecem uma atenção dedicada, pois como estão em desenvolvimento, devem receber os estímulos adequados para sua formação completa. Cabe aos pais estarem atentos a quaisquer sinais de dificuldade que os filhos demonstrem ao enxergar em cada etapa do crescimento. “Além dos pais ou responsáveis, os professores também devem ficar alertas: falta de interesse, dificuldade no aprendizado e confusão para realizar tarefas simples podem indicar um problema de visão. As crianças estão iniciando cada vez mais cedo na escola, e identificar qualquer alteração visual com antecedência garante melhores chances de cura e aprendizado”, afirma o Dr. Fabio Pimenta de Moraes, especialista em oftalmopediatria e estrabismo do H. Olhos – Hospital de Olhos Paulista.
Entre os seis meses e os cinco anos observa-se o período de maior desenvolvimento visual. É neste espaço de tempo que a criança vai adquirir a função visual gradativamente até atingir a capacidade visual plena. Para um desenvolvimento adequado, são necessárias condições normais oculares e, nesta fase, uma doença que pode interferir é o estrabismo. O problema é caracterizado pela perda do paralelismo entre os olhos, ou seja, o desequilíbrio na função dos músculos oculares que causa um desalinhamento dos eixos visuais.
Em crianças menores, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes e pode ser feito com o uso de óculos e tampão, quando indicados e orientados pelo oftalmologista. Em casos específicos, pode ser necessária alguma intervenção cirúrgica diretamente nos músculos para corrigir o desvio.
“Para evitar que as células cerebrais se atrofiem e a criança fique com a capacidade visual comprometida, é fundamental que o tratamento se inicie assim que seja percebido, pois o desalinhamento dos eixos visuais interrompe o desenvolvimento normal da visão e, após os sete anos, o sistema visual estará completamente formado e a chance de proporcionar uma melhor visão à criança estrábica será perdida”, afirma o Dr. Fabio Pimenta.
Outra alteração que merece atenção é a miopia, na qual o indivíduo apresenta dificuldade visual para a distância. Isso se deve ao fato de sua córnea ser mais encurvada e o olho mais comprido que o normal, fazendo com que os raios luminosos não consigam focalizar na retina e acabem formando a imagem antes de alcançá-la, deixando-a menor e menos nítida.
Considerada um erro de refração, a miopia normalmente aparece entre os oito e os 14 anos, sendo diretamente ligada ao baixo rendimento escolar e gerando desinteresse e comprometimento do aprendizado. Entre os sintomas, visão turva para objetos distantes, movimentar as sobrancelhas e estreitar os olhos com frequência, além de dores de cabeça. “É essencial que os pais mantenham-se alertas e levem as crianças para seu primeiro exame oftalmológico ainda na fase pré-escolar, preferencialmente nos primeiros anos de vida e definitivamente antes dos sete anos de idade”, comenta o Dr. Fábio Pimenta.
Caso seja constatada a miopia, o ideal é que as consultas sejam realizadas semestralmente, pois a tendência é aumentar ao longo dos anos. “A elevação do grau ocorre pois a alteração está relacionada ao crescimento do globo ocular, e tende a estabilizar quando a fase de desenvolvimento do organismo se encerra, por volta dos 21 anos”, explica o médico.
O uso de lentes corretivas é fundamental para o conforto daqueles que apresentam o problema. Entretanto, é importante ressaltar que o seu uso não piora e nem cura a miopia. “Óculos ou lentes de contato não são medicamentos para que o erro de refração se estabilize ou regrida, sendo apenas um auxílio para enxergar nitidamente. Para corrigir definitivamente o problema é necessária a realização da cirurgia refrativa, por meio da utilização de um laser de alta precisão, em casos que tenham indicação para o procedimento”, finaliza o especialista.
Fonte: Dr. Fabio Pimenta de Moraes – H. Olhos – Printer Press Assessoria de Comunicação