Ser mãe é uma arte que requer dedicação, envolvimento, amor e, acima de tudo, aceitação.
A escolha de ser mãe implica ter de lidar com várias questões, o tempo todo.
Ser mãe é precisar fazer escolhas e concessões em tempo integral.
O que nos tornamos com a maternidade é algo que não pode ser falado, mas que só pode ser compreendido pelo sentimento que se passa no coração, e o nome desse sentimento talvez seja AMOR.
Mas também é ter de vivenciar outros sentimentos, nem sempre muito aceitos, como o ódio, a culpa e o medo.
É possível amar alguém que nunca vimos antes?
É possível dedicar-se a alguém que no início é absolutamente dependente, sem exigir nada em troca?
O que é esse sentimento tão simples e tão profundo que mobiliza, amolece ou paralisa o coração de tantas mulheres?
Muitas dessas questões rondam a mente de inúmeras mulheres que não conseguem fazer a escolha de ser ou não ser mãe.
Abrir mão da vida profissional (mesmo que temporariamente), da própria independência, de dar atenção exclusiva ao marido, de ter tempo para si própria – tudo isso em prol da maternidade – e lidar com o sentimento de dúvida ou incapacidade de executar esse papel tão simples e ao mesmo tempo tão complexo, entre outras inúmeras situações, não é opção fácil.
Que mulher nunca se questionou em relação a esses ou outros aspectos relacionados à escolha de ser mãe?
À medida que a mulher for adquirindo certeza de que deseja assumir esse papel, passará a viver, aceitar e a preocupar-se com um só objetivo – o bebê que vai chegar e tudo aquilo que poderão viver juntos.
Escolher ser mãe implica você ter de se deparar com a sua mãe interna, e isso não têm absolutamente relação alguma com o fato de ter sido ou não criada pela própria mãe biológica, tenha sido ela sido boa ou não. Tem relação, sim, com o quanto a própria mulher que pensa em se tornar mãe é capaz de acolher as suas próprias questões e doá-las a outro ser de forma incondicional.
Embora esperemos que o filho, em algum momento da vida, reconheça tal dedicação, ser mãe requer não esperar nada em troca, mas ser simplesmente recompensada pelo seu próprio sentimento que faz com que essa escolha valha a pena.
Evidentemente é preciso fazer algumas mudanças e preparativos, como a logística de vida e organização do lar, que receberá um ser absolutamente dependente de outros para sobreviver. A mãe deve cuidar do seu próprio corpo, que passará por muitas mudanças – e isso também será extremamente importante.
A maternidade é uma escolha que só pode ser pessoal. Tornar-se mãe, de forma deliberada ou acidental, nos leva a ter de fazer escolhas, muitas delas capazes de nos dar uma oportunidade de viver algo que é único, independentemente do número de filhos que decidirmos ter.
Fonte: Cynthia Boscovich
Psicóloga clínica, psicanalista, membro regular da sociedade brasileira de psicanálise winnicottiana.
Atua com adolescentes e adultos, além de desenvolver um trabalho específico com casais em tratamento de fertilidade, gestantes, mães e bebês e orientação de pais.
Consultório: Alameda Santos, 211 conj. 611 – Cerqueira César – São Paulo-SP
Tel: 11 5549-1021