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Seu filho tem dificuldades para engolir os comprimidos? Há ajuda para isso!

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Dificuldades de deglutição de medicamentos são uma barreira que pode ser ultrapassada com uma variedade de intervenções bem sucedidas.

Abordar este problema e pesquisar formas mais eficazes de implementar essas intervenções pode ajudar a melhorar a administração dos medicamentos na população pediátrica

 

 

Muitas crianças têm uma dificuldade imensa para engolir comprimidos. Não importa se é uma vitamina ou uma aspirina. A pílula inevitavelmente fica alojada na garganta e a criança entra em pânico. Algumas engasgam com qualquer coisa maior que uma uva passa. “A maioria das crianças começa a engolir comprimidos a partir dos 10 anos. E cerca de 20-40% são incapazes de engolir uma pílula do tamanho padrão ou de uma cápsula, de acordo com um estudo  publicado na revistaPediatrics”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

A idade não afeta realmente a capacidade de engolir uma pílula. Um adolescente pode ter tantos problemas como uma criança de 5 anos. A questão está relacionada à ansiedade e às associações negativas com o medicamento. Muitos nunca superam o problema.

A pílula é uma substância sólida. Nós aprendemos que temos que mastigar algo que é sólido. É preciso uma mudança mental para relaxar a garganta e ser capaz de engolir algo que tememos que possa nos levar a um engasgo, explica o médico.

Embora alguns medicamentos possam ser tomados na forma líquida, esmagados, outros com liberação retardada e alguns com determinados revestimentos não podem ser esmagados ou divididos. E como cada pessoa tem uma dificuldade para ingerir um remédio, é preciso analisar caso a caso.  “Às vezes, um paciente muito doente tem que tomar diversas medicações e o “problema” são suas emoções. Outro paciente pode apresentar um medo de asfixia ou uma ansiedade generalizada. E ainda há outros que podem  ter um reflexo de hipersensibilidade e vômito”, conta Chencinski.

Outras razões fisiológicas podem incluir ainda a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE); a esclerodermia, um acúmulo de tecido cicatricial que pode enfraquecer o anel inferior do esôfago; e uma aversão ao sabor dos comprimidos. “Questões emocionais ou ansiedade, em geral decorrentes de uma experiência do passado devem também ser levadas em consideração”, defende o médico.

 

Como superar essa dificuldade?

 

O ato de engolir comprimidos e determinaram que várias técnicas – terapia comportamental, pulverizador da garganta com sabor, copos de engolir comprimidos, instruções verbais e postura correta da cabeça – podem ajudar as crianças, a partir de 4 anos, a engolir os medicamentos mais facilmente. As mesmas técnicas também poderiam auxiliar os adultos.

Uma criança pode experimentar, por exemplo, beber primeiro a água ou o suco, seguido pela pílula – ou o contrário. Com crianças mais novas, histórias com instruções também podem ajudar, como imaginar que a língua é uma onda de água, a pílula é o surfista e a pílula monta o toboágua na piscina (estômago), exemplifica o médico.

Copos de engolir comprimidos, vendidos em farmácias e online, ajudam o usuário a “beber” a pílula – o copo é preenchido com fluido e a pílula é colocada em um reservatório de modo que o líquido e a pílula se misturem apenas na boca.

O chamado “método da garrafa” pode ser bem eficaz para alguns. O comprimido é colocado na língua, os lábios são bem fechados em torno da abertura de uma garrafa de plástico e o comprimido é ingerido em um movimento de sucção rápida para superar a fase voluntária da deglutição.  A abordagem “inclinar-se para frente” também ajuda muito e trabalha com pessoas que evitam as cápsulas: “coloque a cápsula em sua língua, tome meio gole de água e incline o queixo para a frente ao engolir”.

Outra dica para engolir a pílula é colocá-la num pedaço de pão e engoli-la, técnica que pode ajudar muito as crianças. “Mentalmente, ela sabe que o pão é macio, não é difícil, por isso não parece tão assustador para engolir”, afirma o pediatra.

 

 

Fonte: Dr. Moises Chencinski (CRM-SP 36.349) pediatra e homeopata  MW-Consultoria de Comunicação & Marketing em Saúde