Técnica de massagem indiana facilita a relação da criança com o mundo e gera confiança e atenção com o próprio corpo
O ser humano nasce em um estado absolutamente precário, completamente dependente de cuidados que garantam sua sobrevivência e desenvolvimento, permanecendo assim por muito tempo, durante os estágios iniciais da vida. Os desconfortos do corpo nem sempre são identificados, assim como as vontades supridas.
De acordo com a fisioterapeuta Deborah Supino, todos nascem com tendências hereditárias para a maturação, mas para que isso ocorra é necessário um ambiente facilitador, um contato inicial da parte de um ser humano com o bebê, que geralmente é o da mãe.
“Depois que o bebê nasce, a mãe fica muito sensível e vulnerável, por isso a presença e auxílio do pai neste momento é essencial para manter um ambiente tranquilo e seguro para mãe e filho. Todo esse cuidado ajuda para que a mulher consiga colocar-se no lugar do filho e adaptar-se às suas necessidades”, explica Deborah.
Os primeiros contatos têm valor inestimável, pois através deles a mãe é capaz de identificar a criança. A fisioterapeuta acrescenta que os cuidados vão além da alimentação, pois o bebê precisa ser tocado, acariciado e carregado no colo. “Ao receber estes agrados e verbalizações carinhosas, a criança aprende também a tocar, acariciar, confortar e a amar”.
Junto com a amamentação, o aprendizado acontece através da pele e é reforçado pelos sons e pistas visuais à medida que se desenvolve. As mensagens transmitidas através do tato devem ser tranquilizadoras, reconfortantes e agradáveis.
Uma forma bastante utilizada nessa relação com o bebê através da pele é a Shantala, técnica indiana milenar de toques no bebê. “A massagem estabelece um contato maior entre mãe e filho, a fim de aproximar os dois e, consequentemente, facilitar a relação do pequeno com o mundo, resultando num melhor desenvolvimento físico e mental do bebê”, explica a especialista.
Diferente das massagens realizadas em adultos, a Shantala consiste em uma massagem sensorial e é indicada após o primeiro mês de vida. Deborah ainda enfatiza que além de melhorar o vínculo mãe/bebê, a Shantala promove o relaxamento e o bem-estar, e ainda alivia cólicas ou insônias. Desenvolve também a confiança, a atenção ao próprio corpo e acalma, restabelecendo o equilíbrio emocional da criança.
Para a realização desta técnica, a fisioterapeuta recomenda que a mãe reserve uma hora diária, escolha um ambiente calmo e quente – pois o bebê ficará totalmente despido – e que utilize um óleo adequado para a pele. “Esta massagem não apresenta riscos para a criança. Sempre olhe nos olhos de seu filho, converse com ele durante os movimentos, que devem ser lentos, porém firmes. Desfrute cada momento desta arte de dar amor”, finaliza.
Fonte: Deborah Supino