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Síndrome do ovário policístico causa infertilidade em 40% das pacientes

 

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A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a endocrinopatia mais comum nas mulheres em idade reprodutiva. Causa sinais clínicos de hiperandrogenismo, irregularidade menstrual e infertilidade.

“Apesar da alta prevalência, a SOP ainda é uma doença subdiagnosticada. Estudo publicado em dezembro de 2016 no JCEM avaliou as condições do diagnóstico da síndrome em 1.385 pacientes de países da América do Norte e da Europa. Aproximadamente 33% das pacientes reportaram que o diagnóstico demorou mais de 2 anos, cerca de 47% das pacientes precisaram passar por 3 ou mais profissionais de saúde para receber o diagnóstico e apenas 15% das pacientes estavam satisfeitas com as informações fornecidas pelos médicos no momento do diagnóstico”, conta a Dra. Larissa Garcia Gomes, diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

As principais queixas clínicas são o hirsutismo, que é o aumento de pelo em áreas de distribuição corporal tipicamente masculina, que ocorre em 75% dos casos, acne e alopecia (perda de cabelos). A irregularidade menstrual é muito comum e está presente em até 85% dos casos e a obesidade acomete até 60% das pacientes.

A SOP causa infertilidade em até 40% das pacientes. A perda de peso está associada com restauração da ovulação em boa parcela das pacientes. “O tratamento medicamentoso inicial visa restaurar os níveis de FSH (hormônios) que estão relativamente baixos nas mulheres com SOP e alguns deles conseguem induzir a ovulação em 75% a 85% dos casos. No caso de falha, tem a opção do uso dos inibidores de aromatase e da fertilização artificial”, explica Dra. Larissa.

Entre os sintomas, há também um componente metabólico associado ao aumento de risco de diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia (taxa de gordura no sangue), apneia do sono, esteatose hepática e potencialmente aumento de risco cardiovascular. O controle adequado das comorbidades é fundamental no manejo dessas pacientes.

Estudo conduzido no Brasil avaliou a prevalência de SOP nas mulheres atendidas na rede primária de saúde em Salvador (Bahia), no qual se registra a prevalência de 8,5% de casos confirmados.

E como tratar?

“O tratamento vai depender da queixa inicial da pacientes. Se for aumento de pelos e irregularidade menstrual, a primeira escolha são os contraceptivos hormonais orais combinados (CHOC), optando por progesteronas com características antiandrogênicas. A observação das contraindicações ao uso de CHOC é extremamente importante como tabagismo, diabetes de longo prazo e hipertensão arterial mal controlado. Caso o hirsutismo seja grave, pode se associar drogas com propriedade antiandrogênicas como a espironolactona. Se a queixa é infertilidade, a primeira escolha é o citrato de clomifeno seguido dos inibidores de aromatase. Muitas vezes, recomendamos os centros que tratam a infertilidade na SOP.”, complementa Dra. Larissa.

Tanto endocrinologistas quanto ginecologistas estudiosos de Endocrinologia ovariana estão aptos a tratar o problema e, em alguns casos, a associação de ambas as especialidade na condução do caso pode ser extremamente benéfica.

Sobre a SBEM-SP

A SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) pratica a defesa da Endocrinologia, em conjunto com outras entidades médicas, e oferece aos seus associados oportunidades de aprimoramento técnico e científico. Consciente de sua responsabilidade social, a SBEM-SP presta consultoria junto à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no desenvolvimento de estratégias de atendimento e na padronização de procedimentos em Endocrinologia, e divulga ao público orientações básicas sobre as principais moléstias tratadas pelos endocrinologistas.

Fonte: Gengibre Comunicação