Sempre Materna

Sobre a volta para casa e o “baby blues”

 

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Quando nos descobrimos grávidas sabemos que iremos passar por um período curto de muitas mudanças, no corpo, na cabeça e na vida. Nos armamos com o arsenal de todo o possível aparato para cuidar bem do bebê e manter nossa vida, afinal, aquela coisa de mudar de vida não é para você – pelo menos é o que pensamos.

Assim, nos dedicamos escolhendo móveis, roupinhas, decorações, cuidamos da dieta, cuidamos dos profissionais que vão nos atender para, enfim, receber nossos pequenos tesouros.

O fato é que independente do parto praticado, estaremos minimamente por dois dias em cuidado hospitalar e provavelmente, tudo o que precisamos em termos materiais e até emocionaisl será suprido. Mas – e há aqui um grande “MAS”: determinante, inflexível; chega a hora de viver a realidade e assim deixamos o hospital.

Instalar o bebê na cadeirinha e partir é como sair em viagem, sem destino muito certo, por que todas suas certezas ficam meio que em suspense, indefinidas, tudo o que você sabe é que cuidou para que tudo fosse perfeito, mas fatalmente, não é.

Sentir-se desamparada nessa fase é bastante comum, há de se contar com o companheiro, alguns familiares, a babyplanner. Nesse momento e com tantas mudanças é normal se sentir triste, desamparada, com fortes alterações de humor – há muitos hormônios totalmente fora de compasso. Além disso, noites sem dormir, dificuldades em lidar com o bebê e a própria sensação de culpa já que as mães acreditam que com um lindo e rosado bebezinho em casa elas deveriam estar mais que felizes – e não é bem assim.

O “Baby Blues” ou tristeza pós-parto pode durar de duas a três semanas e normalmente “passa” à medida que a nova família se “ajeita” com as novas rotinas. Nessa fase já se conseguiu “treinar” a amamentação e os hormônios estão voltando ao lugar. Vale lembrar que se durante esse período a mãe tiver repetidamente pensamentos suicidas ou sentir-se incapaz de cuidar de si ou do bebê deve procurar ajuda – caso a mãe não se dê conta, é fundamental que a família avalie se essa tristeza é mais que tristeza e deve ser orientada por um médico.

Recomendo a minhas clientes que no último trimestre de sua gravidez deixem algumas rotinas totalmente simplificadas, como por exemplo, ter um serviço de refeições pelo menos no primeiro trimestre pós-parto. Também é importante tirar dúvidas sobre amamentação, procurando um profissional que irá orientar antes e após o parto para que a amamentação ocorra da forma mais tranquila possível. Nessa fase, também é importante desenhar com a cliente a sua rede de colaboração – familiares ou amigos que estão disponíveis para dar suporte com o bebê. Além disso, ter uma conversa com alguns pediatras ajuda a conhecer sua linha de trabalho e ter opções para a primeira consulta pós-alta do hospital.

É importante ressaltar que nenhuma babyplanner é capaz de prever ou eliminar o “baby blues”, mas que nosso serviço pode sim facilitar a vida da mamãe e da família para que, caso ele ocorra, possam lidar com isso de forma mais tranquila, minimizando os traumas, já que esse momento pede pela paciência e convívio familiar.

Fonte: Antena Comunicação