Indicação é para mulheres que querem adiar a maternidade ou que foram submetidas a tratamentos de câncer ou cirurgia ovariana
As mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho e uma das consequências disso é o adiamento da gravidez. A má notícia é que as mulheres nascem com um número definido de óvulos, o que significa que são finitos e têm prazo de validade preestabelecido pela própria genética individual. Mas segundo Selmo Geber, especialista em reprodução assistida da Clínica Origen – referência em medicina reprodutiva na América Latina, a boa notícia é que hoje podemos contar com a criopreservação de óvulos, e isso não altera em nada a qualidade dos que foram congelados.
Considerando que, a partir dos 35 anos há uma diminuição na chance da mulher engravidar, com a criopreservação não é necessário ter pressa ou ficar excessivamente preocupada por não poder engravidar por conta da idade.
Selmo Geber explica que a conservação dos gametas femininos (óvulos) tem como principal indicação o desejo de postergar a gravidez para um período em que a reserva ovariana encontra-se diminuída ou esgotada. “O ovário tem um processo de envelhecimento biológico rápido e precoce que normalmente começa a partir dos 35 anos”, afirmou.
Além dos casos em que se quer adiar a maternidade, o médico indica a criopreservação para as mulheres submetidas ao tratamento do câncer, onde procedimentos como a quimioterapia, radioterapia e cirurgia para retirada dos ovários podem comprometer ou esgotar a reserva de óvulos. A alternativa é também uma possibilidade para mulheres submetidas a cirurgia ovariana. Importante saber que ainda é um procedimento experimental.
Segundo o especialista, as taxas de gravidez para congelamento de óvulos são semelhantes às obtidas para fertilização in vitro (FIV), variando de 10 a 50%, de acordo com a idade em que for realizado o congelamento dos óvulos. “O tratamento é feito da mesma forma que uma FIV habitual, com a diferença que os óvulos obtidos são diretamente congelados pela técnica de vitrificação, ao invés de serem submetidos à técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI)”. Ele ressalta que quando houver desejo de engravidar, os óvulos serão desvitrificados e um espermatozoide será injetado em cada um deles para formação de embriões e posterior transferência ao útero.
Mais informações sobre a criopreservação
- É uma forma de preservar células em temperaturas muito baixas para conservar os óvulos por um determinado período de tempo, para que eles possam ser utilizados no futuro.
- O procedimento para coleta dos óvulos é simples, dura cerca de 5 a 15 minutos e requer sedação.
- O congelamento apresenta resultados de gravidez similares aos obtidos com óvulos frescos.
- O primeiro bebê que nasceu de um embrião criopreservado foi na década de 80, portanto é uma técnica utilizada há muito tempo e já consagrada pela medicina.
- É feita uma seleção dos óvulos com maiores chances de fecundar quando realizado o procedimento. Essa seleção influencia diretamente na taxa de sucesso.
- O médico prepara o útero e através de exames identifica qual é o melhor momento para que o procedimento seja realizado.
- Não existe uma garantia de sucesso com o congelamento de óvulos. Esse procedimento aumenta significativamente a chance de ser mãe.
Fonte: Selmo Geber