As crianças não nascem com noções de responsabilidade: é preciso que os pais lhes incutam esses valores através de exemplos e da cobrança de comportamentos que suscitem tais princípios.
Para a psicopedagoga Irene Maluf, criar filhos comprometidos com suas obrigações exige certa dose de determinação dos pais e não dispensa que esses dominem seu desejo de exercitarem a excessiva benevolência – que se torna negligência – muitas vezes em prol de seu próprio desejo e conforto.
“É muito comum ouvir falar em medidas preventivas em relação à saúde, às finanças, à segurança, aos desastres naturais, às quebras e estragos das grandes e pequenas máquinas, mas dificilmente se pensa, com igual preocupação, em realmente estabelecer uma estratégia lógica e eficaz, em definir e aplicar tais ações em relação à educação”, comenta Maluf.
Segundo a profissional, o problema é que muitas vezes pensamos em educação como um conjunto de ações naturais que se vai optando adotar conforme as situações mais ou menos graves apareçam.
“Um exemplo que se pode dizer “clássico”, ao se abordar a falta de planejamento educativo, é o problema enfrentado pelas famílias sobre deixarem ou não os filhos faltarem na escola nas vésperas de feriados para “esticarem” as já muito longas “pontes” que existem entre datas comemorativas e finais de semana”, diz ela que aind complementa: “A princípio, pode parecer que a criança não perceba porque ainda está na pré escola, por exemplo, mas ela vai sim se dar conta no regresso do passeio, quando os coleguinhas e a professora fizerem referência a brincadeiras e aprendizados nos quais ela esteve ausente. E se o fato ocorre várias vezes, passará como corriqueiro para a criança que ao crescer não achará sentido algum em ir às aulas quando não sentir vontade de ir, pois afinal, os seus próprios pais legitimaram as faltas em detrimento da responsabilidade e do comprometimento no passado”, ressalta.
Este ano, 2015, está repleto de feriados e pontes: são 14 dias de feriados que resultam na verdade em 37 dias (mais de um mês) de férias extras , devido às emendas. Somados às férias de julho, dezembro e janeiro as crianças irão à escola 8 meses este ano.
Para Irene a escola é a entrada da criança na vida social e é importantíssima a maneira como a família lida com essa instituição , pois marca a forma como os pequenos vão começar a ver, sentir e perceber a maneira como deverão encarar seus compromissos para o resto da vida.
Fonte: Irene Maluf