Especialista alerta pais e familiares para os riscos de dieta inadequada que favorecem doenças como diabetes, hipertensão, colesterol alto e problemas cardíacos nas crianças
De acordo com dados divulgados pelo IBGE – Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística, uma em cada três crianças está acima no peso. O excesso de peso é responsável por uma série de complicações na saúde como, por exemplo, o desenvolvimento da diabetes, hipertensão e colesterol alto. Esses fatores contribuem também para o surgimento de problemas cardíacos nas crianças.
Um dos “culpados” pelo sobrepeso da população infantil é o consumo exagerado de alimentos industrializados e fastfood. “Esses tipos de alimentos normalmente apresentam grandes quantidades de sódio e gorduras trans que, a longo prazo, comprometem o funcionamento adequado do organismo, além de contribuírem para a elevação dos níveis de colesterol e triglicérides”, destaca Dra. Soraia Tahan, gastroenterologista.
E completa. “O hábito alimentar adquirido na infância tende a ser seguido por toda a vida. Dessa forma, é fundamental que a criança seja estimulada a partir do nascimento para a formação de hábitos saudáveis que são primordiais na prevenção de doenças na vida adulta. O primeiro passo é o aleitamento materno e a realização de dieta complementar balanceada”.
Abaixo, a especialista indica quatro fatores que ajudam no processo de reeducação alimentar da criança:
1.Use a criatividade na apresentação dos alimentos
Dependendo da idade da criança não é fácil impor uma nova rotina. Mas comece aos poucos acrescentando variados tipos de alimentos em seu prato. “É importante diversificar o cardápio e evitar a monotonia alimentar. Busque receitas criativas e procure uma forma de apresentação diferente para os alimentos que normalmente não são bem aceitos, como verduras e legumes”, destaca Dra. Soraia.
Por exemplo, a criança na fase pré-escolar tem necessidade de explorar o ambiente, os objetos e os alimentos com todos os sentidos. “Portanto, é necessário permitir que ela manipule, cheire e prove a nova refeição para que conheça o sabor e o incorpore à sua alimentação”, completa a especialista. O recomendado é que o mesmo alimento seja provado de oito a dez vezes pela criança.
2. Fracione as refeições
Definir horários para as refeições é muito importante para a rotina da criança. Ao longo do dia, o ideal é que sejam realizadas entre cinco e seis refeições (café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia, quando necessário).
3. Não radicalize
Tudo o que é proibido é mais gostoso. E na alimentação infantil isso também é verdade. Portanto, não adianta proibir do dia para a noite o consumo de guloseimas. O que deve ser feito é controlar a quantidade e até mesmo determinar a periodicidade para consumir esse tipo de produto. “Escolher um dia na semana para liberar a ingestão moderada de alguma guloseima pode ser uma boa alternativa”, destaca Dr. Soraia Tahan.
4. Cozinhem juntos
É importante que a família crie o interesse da criança pelo alimento. Para tanto, deve convidá-la para ir junto ao mercado ou à feira e também para ajudar a elaborar o cardápio. Além disso, peça ao seu filho para auxiliá-la na preparação dos pratos. O contato com os variados tipos de alimentos pode despertar o desejo de consumí-los. Além disso, é uma terapia ter a companhia da criança.
Para finalizar, Dra. Soaraia Tahan informa. “Os primeiros dois anos de vida são um período crítico na prevenção de obesidade e durante essa fase a família pode intervir em estabelecer padrões alimentares saudáveis que impedem a ocorrência de obesidade. O consumo regular de frutas e vegetais impede o consumo excessivo de calorias e e está associado a um estado nutricional adequado”.
Fonte: Dra. Soraia Tahan, gastroenterologiaista – Hospital Samaritano/ BrainStory