Passar pela seção de guloseimas do supermercado é o momento mais esperado pelos pequenos que acompanham seus pais às compras. Balas, doces, chocolates, basta um piscar de olhos para o carrinho estar todo colorido.
Mas, as cores das embalagens não causam o mesmo efeito das cores do prato de saladas. Por isso, papai e mamães precisam ser criteriosos na hora de comprar os alimentos. Já que grande quantidade dos alimentos destinados as crianças contém produtos considerados prejudiciais à saúde.
Apesar das dificuldades, já é possível notar a diferença. A nutricionista, Paula Simões Garcia, explica sobre a importância da conscientização dos responsáveis. “É visível uma crescente preferência em buscar alternativas naturais para substituir a variedade artificial, resultado de um significativo aumento da consciência da segurança alimentar”, diz.
Pesquisa da LatinPanel para a Abre (Associação brasileira de Embalagens) indica que muitos consumidores passaram a ler rótulos e embalagens, prestando atenção na origem e conteúdo dos alimentos. “Fiquei muito mais criteriosa com a alimentação, especialmente depois que meu filho aprendeu a pedir os alimentos”, relata a publicitária Julia Farina, mãe de Francesco, de 3 anos. “Tomo muito cuidado com a alimentação dele. As verduras, na maioria, são orgânicas e tento abolir, por exemplo, os produtos que contenham corantes sintéticos, como no caso das gelatinas. Hoje só compro as que informam conter corante natural”, destaca a publicitária.
Segundo especialistas, os corantes naturais têm a finalidade de conferir, intensificar ou padronizar a coloração dos alimentos, já que alguns produtos, durante o processamento industrial, perdem a sua cor natural. Extraídos da natureza, eles contribuem para o desenvolvimento sustentável. A cadeia do cultivo desses ingredientes agrega pessoas no plantio, extração e em todo o processo e gera empregos e renda em diversos locais do mundo, onde os diferentes corantes são cultivados.
Na Europa, a preferência crescente dos consumidores por alimentos livres de cores sintéticas e uma legislação atuante propiciaram um movimento intenso e rápido. O Parlamento e o Conselho Europeu determinaram que, em 2010, as empresas européias que não migrarem para os corantes naturais deverão incluir uma informação visível no rótulo: “Pode ter um efeito colateral nas atividades e atenção em crianças”.
Em países como os Estados Unidos, Japão e Austrália, o movimento pela utilização de corantes naturais nos alimentos também vem ganhando força. No Brasil, algumas entidades e órgãos públicos defendem e apóiam campanhas para uma maior adesão de consumidores e indústria ao movimento em prol de ingredientes naturais, especialmente no que se refere à alimentação infantil.
Algumas categorias de alimentícias no país já desfrutam dos benefícios desses ingredientes naturais, como por exemplo, recheios de biscoitos, salsichas, iogurtes, sorvetes, bebidas à base de soja, entre outros.
Veja exemplos de corantes naturais consumidos pela indústria alimentícia brasileira são:
Urucum (vermelho) – extraído da semente da Bixa Orellana e utilizado em queijos, salsicha, balas e confeitos, sorvete, manteiga, biscoito e recheio de biscoito;
Clorofila (verde) – extraído de espinafres, alfafa e todas as plantas capazes de realizar a fotossíntese e utilizado em massas, balas e confeitos, recheio de biscoito, etc;
Antocianinas (roxo) – extraído de uva, frutas vermelhas, cenoura roxa, repolho roxo, entre outros e as principais aplicações são bebidas, preparados de frutas, balas e confeitos, sorvetes, molhos, etc;
Cúrcuma (amarelo) – extraído da raiz de Curcuma Longa e aplicações típicas incluem produtos lácteos, balas e confeitos, sorvetes, produtos de panificação, etc.
Fonte: Chr. Hansen