Psicóloga especializada em saúde masculina comenta a importância do papel do pai na criação dos filhos, principalmente em casos de guarda compartilhada
Na volta às aulas, as obrigações dos pais com as crianças aumentam, principalmente entre aqueles que estão separados e precisam de uma maior organização para compartilharem as tarefas diárias do filho. O nome disso é guarda compartilhada e é possível desde a implementação da Lei nº: 11.698/08, em vigor desde 15 de agosto do mesmo ano. Nesses casos, segundo a psicóloga Carla Ribeiro, as obrigações tanto da mãe, quanto do pai, tem o mesmo peso na formação emocional da criança, e quando há um desequilíbrio, pode afetá-la fortemente.
Carla diz que a guarda compartilhada veio mostrar que o pai não quer ser só provedor. “Ele também quer cuidar, ser presente na vida da criança, no desenvolvimento cognitivo, social e educacional. Hoje, ambos pai e mãe são provedores para seus filhos”, afirma a especialista.
De acordo com a psicóloga, na lei da guarda compartilhada deve prevalecer o bem da criança independente do conflito do casal. “As tarefas dos pais serão divididas e ambos estarão envolvidos igualmente com o conforto e segurança da criança. A obrigatoriedade legal da guarda compartilhada mostra a importância do papel de ambos na relação afetiva e na educação, assim como nos valores éticos e morais desta criança”, argumenta.
E acrescenta: “A paternidade é um fator transformador na vida do homem. A figura do pai é fundamental na formação da identidade e na personalidade da criança e precisa ser vista como uma condição de responsabilidade. Com isso, a função do pai vem em constante modificação conforme a mudança no formato das famílias e na vida cotidiana”, diz Carla.
A psicóloga diz que educar um filho requer muita atenção e responsabilidade. “Se os pais separados enfatizarem menos os problemas conjugais e pensarem mais no bem estar do filho, as possibilidades serão maiores desta criança ser um indivíduo mais atuante e independente no futuro”, afirma.
Carla conclui dizendo que a separação dos pais não é um problema em si para a criança, embora esta, nos primeiros momentos, sinta falta do formato de família que via anteriormente, com ambos os pais no convívio dela. “O problema são os pais que se magoam, se mal tratam e esquecem das emoções dos filhos, que no momento da separação do casal, são a parte mais frágil da situação”, finaliza.
Fonte: Carla Ribeiro Psicóloga Clínica e Hospitalar voltada para Saúde do Homem